DE REPENTE... nessa tarde, vagueio pelo pensamento você em mim. Sintomas de vida solitária, mesmo fazendo-se presente entre tantas outros caminhantes que se prendem pelo fraternalismo.
DE REPENTE... não nos basta a fraternidade dos nossos conviveres, quando temos ainda nas resinas do interior as grandes descobertas do sentimento.
DE REPENTE... nos olhos como brilho das estrelas você gravita em mim, nessa constelação da esperança.
DE REPENTE... nos encargos da sua existência, a responsabilidade da afinidade à sinceridade da transparência.
DE REPENTE... sem os olhos presentes, um adquirir de enzimas solidárias aos desejos de amar e voltar a viver.
DE REPENTE... na decepção de palavras os seus gestos no diálogo entre fones, quando pude encontrá-lo nos caminhos, não de fugas e sim de reencontro.
DE REPENTE... na carência de carinhos você bate à minha porta, um transmitir de segurança mesmo num vazio sem você.
DE REPENTE... na aurora brilhante o raiar dos olhos da sua alma em mim.
DE REPENTE... nos trilhos do cotidiano os minutos das suas horas voltadas no meu "eu".
DE REPENTE... o brotar sem conviver numa sofrida, deprimente distância, o elo que existimos na tentativa de um enlace de dois em um.
DE REPENTE... na discriminação, o réu das imperfeições, do devaneio nos passos firmes a caminho da vitória do amor.
DE REPENTE... sua generosidade, do porquê você chegou, apalpou, deixou marcas nessas raízes dos momentos somente no afago de estar sozinho.
DE REPENTE... a saudade na recordação do seu passado trocado ele por mim e eu por você.
DE REPENTE... o saber esperar na paciência do tudo ainda do nada concretizado em nós.
DE REPENTE... nas palavras, os fatos dignificados pela razão ou escolha por sermos asssim: afetuosos, trovadores dos toques do coração ao aconchego da alma.
DE REPENTE... um sonhador sem almejos por não acordar, pairar no sonho dos teus afetos.
DE REPENTE... um dia poder nas trocas do pensamento, avaliar que valeu a pena conhecê-lo.
DE REPENTE... a vida renascida para você, na brandura do muito comum, sofrido, existido em nós.
DE REPENTE... no desânimo, a consciência do realmente presente na fonte da sua correnteza de energia.
DE REPENTE... querer acreditar num amor à primeira vista como luz vinda da direção leste.
DE REPENTE... nos versos de uma prosa a poesia que me fez de inspiração.
DE REPENTE... na sensibilidade de um mensageiro levando consolo e semeando sentimento no coração.
DE REPENTE... você chegou... aportou... balançou... estremeceu... edificou o meu viver!
DE REPENTE... DE REPENTE... DE REPENTE... VOCÊ ESTÁ EM MIM!...
DIVERSO UNIVERSO DE CRÔNICAS
Autor do Texto:
Rodolfo Antonio de Gaspari