A MÃE NATUREZA, aqui me trouxe, porque ela é o próprio DEUS. Em seu barranco, mais abaixo, a água corre. A sonoridade mansa e calma da água, um tanto marrom, entre margens de verdes arbustos e gigantescas árvores sintoniza melodias fantasiadas de múltiplas presenças de seres invisíveis.
O som da água cria uma sinfonia de PRANTOS e até de AMOR. Os insetos são a platéia e as cigarras entre gorjeios de pássaros fazem a instrumentação da PAZ.
As espécies aquáticas dançam, desfilam, como se rodassem para as desovas. Com o movimento, semelhantes bailarinas, porque o som, um tanto distante é o convite a um grande majestoso baile.
Famílias diversas de trepadeiras, em verde degradê, são as corbelhas ornamentais desse CONCERTO MUSICAL NATURAL, mas sem serem fictícios, é um arbusto imaginável aos recursos da nossa audição.
Convidados fomos para sentar num TRONCO RETORCIDO, esculpido pelo DOM DE DEUS. Ele sai do barranco, direcionado a um trilho. Um encanto, ele serve de "banco". Sobressai com muita soberania, mas sem exibicionismo e superioridade. Nele já passaram até inúmeras formigas que também nos respeitam, desviam de nós, porque a NATUREZA é unânime no respeito de todos os seres vivos. E nós, nesse convite estamos usufruindo saindo beatificados, agradecidos, premiados...
E o CONCERTO, do SOM D'ÁGUA continua entre reflexos dos raios solares que numa delicadeza invade todo esse espaço num IMPROVISADO BANCO, responde-nos:- Não estás só! - Não nos visitou, já estávamos à sua espera, porque queríamos que se CURASSE DA SUA TRISTEZA, VAZIO... - No longínquo amanhã surgirá o momento de crescer, sonhar e evoluir. - SOMOS O PRÓPRIO DEUS AO SEU REDOR!
Agora, como a um ensaio, as cigarras entoam melodias, enquanto em NOSSA ALMA, pronunciamos também a CANÇÃO NA BUSCA DO LOUVOR AO PAI!
No barranco que desce abaixo, os troncos das árvores se estendem na busca dos raios da luz do sol, tanto quanto, de MUITAS LUZES, nós precisamos.
Vejo como figurante da LUZ NATURAL, entre os galhos verdes, uma artificial, como se ali a chama da positividade me envolvesse sensivelmente ao esplendor dessa PLENA NATUREZA.
Não há divisões de pensamentos, somente muita CONCENTRAÇÃO, diversas PROJEÇÕES com o barulho da correnteza da água que bem lá embaixo corre suavemente.
Sonho... Vagueio... Inspiro no mais ELEVADO SENTIMENTO DA CRIAÇÃO e da EMANAÇÃO que recebo.
O TRONCO RETORCIDO que ainda me serve de "banco” me diz: - VOLTE SEMPRE! - ESTAREI À SUA ESPERA NO MEU DIVÃ DE LUZ E PAZ!
Retirei-me... à minha ESTRADA DE VOLTA!
Pensei:
NEM SEMPRE CONSEGUIMOS VOLTAR AOS LUGARES QUE
NOS CONDUZ A PAZ.
NEM SEMPRE SOMOS PRIVILEGIADOS PELOS MOMENTOS
DIVINOS.
CRÔNICA
FONTE:DIVERSO UNIVERSO DE CRÔNICAS
Autor do texto):
Prof. Roangas-Rodolfo Antonio de Gaspari